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SENSORIAMENTO REMOTO
Ao analisarmos qualquer definição de sensoriamento remoto, desde a clássica “aquisição de informações sobre os alvos da superfície terrestre sem que haja contato físico com os mesmos” até as concepções mais elaboradas que buscam especificar a natureza do alvo e das informações adquiridas, podemos vislumbrar a multiplicidade de aplicações do sensoriamento remoto.
Em qualquer situação, porém, trata-se de extrair informação a partir do registro da interação entre a radiação eletromagnética e os materiais terrestres, já que a radiação eletromagnética é a única forma de energia que se desloca no espaço e permite que o sensoriamento seja remoto.

Ao longo das últimas seis décadas o sensoriamento remoto se consolidou, acompanhando os avanços da tecnologia de construção de sensores, da computação e o aumento na capacidade de transmissão, armazenamento e processamento dos dados. Embasado nos métodos da aerofotogrametria e fotointepretação, teve seu progresso impulsionado pela pesquisa espacial e pelos avanços tecnológicos decorrentes. Hoje, dados de sensoriamento remoto constituem longas séries históricas de imagens de satélites, imagens de alta resolução espacial e/ou espectral, tomadas a partir das mais diversas plataformas, inclusive drones, além de bibliotecas espectrais de alvos terrestres. Para tratar e analisar esses grandes volumes de dados utiliza-se, cada vez mais, os métodos baseados na inteligência artificial.
Fonte de dados essencial para o mapeamento e monitoramento dos recursos terrestres, o sensoriamento remoto têm inúmeras aplicações na análise ambiental, agricultura, florestas, hidrologia, geologia, cadastro rural e urbano, entre outros. Porém, é preciso que saibamos identificar a utilização irresponsável e oportunista do sensoriamento remoto para que a informação produzida possa atender as necessidades a que se propõe.

Nesse sentido, qualquer aplicação baseada em sensoriamento remoto deve se respaldar no conhecimento não apenas do objeto (alvo, fenômeno ou processo) investigado, mas também, das interações entre a radiação eletromagnética e as substâncias que compõem ou influenciam o objeto de estudo, do sistema sensor que registra o resultado dessa interação e, não menos importante, dos métodos de extração de informações, que incluem ferramentas computacionais de processamento e análise.
Se esses aspectos forem efetivamente considerados na extração da informação a partir de imagens e dados de sensoriamento remoto, podemos explorar com maior segurança todo potencia que esse campo do conhecimento tem a oferecer!

Autora: Profa. Dra. Maria de Lourdes B. T. Galo
Docente do Departamento de Cartografia
FCT/Unesp
Para escrever este texto busquei inspiração em dois livros essenciais:
MENESES, P. R.; ALMEIDA, T. Introdução ao Processamento de Imagens de Sensoriamento Remoto. Brasília: UnB/CNPq, 2012.
NOVO, E. M. L. M. Sensoriamento Remoto: princípios e aplicações. 4° Edição revista. São Paulo: Blucher, 2010.